Brinquedo que interage

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Brinquedo que interage com criança vira bicho de estimação; será que isso é bom?

Brinquedo que interage - Psicanálise

Texto extraído da Folha de São Paulo, de 16 de Novembro de 2013

Criado em 1998 (em uma versão menos tecnológica), ele voltou a ser produzido em 2012. Na nova versão, dependendo de como a criança usa o brinquedo, ele desenvolve uma das cinco “personalidades” pré-programadas.

Ele também interage com um aplicativo de celular e tablet. Comidas arrastadas na tela em direção ao brinquedo fazem o bicho abrir a boca. Com carneirinhos virtuais, ele dorme.

MICHAEL JACKSON

“Estou ensaiando Thriller’, do Michael Jackson, para uma apresentação, e meu Furby aprendeu o refrão”, diz Manuella Oliveira, 9. “Acho mais divertido ter um Furby do que um bicho de estimação”, conta.
Felipe Polini, 10, pensa diferente: “Quando eu sinto falta dos meus cachorros, eu tenho o Furby. Mas não é a mesma coisa”.

Para o pediatra Fabio Ancona Lopez, crianças pequenas não devem brincar com Furby, pois não distinguem realidade de fantasia. “Com um animal, há troca afetiva de verdade. Com o Furby, você cria uma relação que parece verdadeira, mas não é.”

O brinquedo, movido a pilhas, não tem botão para desligar. Apenas “dorme”. “O armário onde meu Furby estava dormindo tremeu por causa de uma obra. Ele começou a falar e acordou a casa toda”, diz Rafaela.

Quando o Furby de Carolina Jatahy, 9, fala muito, ela prefere tirar as pilhas. “Mas o bom é que ele não morre de verdade.”

“O brinquedo pode dar a ideia de que as coisas na vida são substituíveis”, diz a psicanalista Patrícia Fraia. Por outro lado, pode ensinar, se usado com bom senso. “Ajuda a criança a entender o o que é cuidar do outro.”

(…)”

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